domingo, 11 de novembro de 2012

Urgente!




Os tempos de hoje são perturbadores. No entanto, imersos em afazeres e obrigações (criadas por nós mesmos), nem somos capazes de perceber o que se passa. Picamos o tempo em pedacinhos, por crer que podem facilitar nosso dia a dia, permitir que "todos os compromissos sejam cumpridos". Nessa corrida, esquecemo-nos do significado da qualidade do tempo em vida, com amor de sobra, ao lado de família e outros queridos nossos. Somos capazes de abandonar e descartar o que consideramos supérfluo, tanto em matéria quanto em espírito, e deixamos de nutrir sentimentos que nos tornam humanos e completos. Um mundo em que o centro é o capital, em que a racionalidade técnica dominou. Um mundo que deixou de oferecer mistério, pois acostumamo-nos a esgotar todas as possibilidades por meio da razão. Deixamos de enxergar a poesia e ouvir o canto dos passarinhos. Ouvimos barulho de motores de carros ou de televisão. Deixamos de sentir perfume no jardim e de bolo de chocolate assando no forno. Passamos na confeitaria e compramos pronto. O tempo é escasso. Não podemos perdê-lo. Estranha forma de levar os dias. Estranha nostalgia de tempo que podia passar mais devagar.

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