sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Acontece que

Ao emergir do arco íris, fim de chuva de verão,

testemunho:

A vida acontece...

Quando menos espero, e a voz doce de um infante me acomete com palavras simples,

constato.

O perfume de bolo assando, à espera da calda de chocolate,

lembra-me.

A tagarelice cheia de si, reconfortante, na companhia de um ente especial, entremeada por goles de chá fresco,

mostra-me.

Por meio do olhar afetuoso, no aconchego de colo de mãe,

reconheço:

A vida acontece...

E goteja sem permissão, escoando pelos dedos.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Amores em tempos de descoberta

Não é preciso luxo, nem firula, ou coisa assim.

Uma dose de quietude e aconchego. Porção de conforto e paz.

Passam os dias, as gentes, os fatos.

Entulhos de tudo, cheios e vazios.

Passam-se lembranças, sonhos, planos.

Crescem e diminuem angústias e esperanças.

Mudam desejos. Trocam aspirações.

Desviam-se trajetórias. Pontos de recomeço infinito são eleitos.

Mas o próprio continua a estar lá. Nele não se mexe, nem se troca.

Não se transfere, não desloca.

Pode-se agregar. Acolher. Mas sem deixar ruir.

Pois amor é algo que perdura, toma conta.
Que é distinto em cada coração, e a cada remetente.